Versículo Do Dia

"Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!" Efésios 3:20-21

Ansiedade é realmente pecado?


“Stress” não é uma palavra bíblica. “Preocupação” e “ansiedade” são. E são pecados.

 Nós realmente podemos dizer que algo como ansiedade é pecado? O que faz disso um pecado? Será que não é só uma fraqueza que devemos superar? Ou, talvez, não deveríamos enxergar como uma doença mental?

Há algumas abordagens diferentes que podemos seguir para responder esses questionamentos. Vamos começar buscando os mandamentos de Jesus.

É um mandamento
O mandamento “não andeis ansiosos” é repetido várias vezes por Jesus em Mateus 6 (versos 25, 27, 31, 34) e é visto outra vez em Mateus 10.19.

Por mais que esses comandos lidem com situações específicas, a realidade subjacente do contexto é que se Jesus ordena que as pessoas “não andem ansiosas”, nós sabemos que (1) ansiedade não é só um desequilíbrio químico ou uma desordem mental, e (2) há pelo menos algumas formas em que a ansiedade é pecado, simplesmente porque Jesus a proibiu.

A teologia de Jesus sobre ansiedade e confiança
Quando Jesus comanda que as pessoas não andem ansiosas em Mateus 6 e 10, ele está ordenando-as a não ficarem ansiosas por coisas específicas: comida, roupas, expectativa de vida, o que acontecerá no futuro e defesa própria quando sofrer pelo evangelho. Eu penso que é seguro dizer que essas são algumas das nossas necessidades mais básicas. Ao argumentar desde as mais coisas básicas e elementares, ele está afirmando que não devemos nos preocupar no sentido mais amplo.

Em outras palavras, se você não deve se preocupar com as coisas mais elementares necessárias para viver, então pelo que você deveria se preocupar? Por nada.

Jesus ensina em uma metáfora nessa passagem, dizendo que somos escravos de um senhor: ou as “coisas” mundanas ou Deus. Ele diz que devemos seguir Deus, pois sendo um justo mestre, nos proverá tudo que necessitamos, ao servi-lo. Por outro lado, se servimos a nós mesmos e trabalhamos para assegurar nossa própria provisão, não podemos nos garantir nada: “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?”

Na raiz do problema está a questão da confiança. Se você diz que é um servo de Deus e anda ansioso, você está agindo como se ele fosse um senhor muito perverso. Que tipo de senhor lidera seus servos mas não provê o que eles necessitam? Se mesmo os senhores humanos provêm para seus servos, pensar o contrário de Deus é não ter nenhuma confiança nele!

Confiar em si mesmo é o que produz ansiedade. E é em vão: “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mateus 6.34). Confiar em Deus, por outro lado, te liberta da ansiedade e te capacita a obedecer o mandamento de não andar ansioso.

Os apóstolos concordam
É por causa de tudo isso que o apóstolo Paulo escreve em Filipenses 4 aos crentes de Filipos: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Filipenses 4.6). Há um lugar certo para se colocar sua confiança. E isso é o que está em jogo quando lutamos contra a ansiedade.

Pedro argumenta de forma similar:
“Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Pedro 5.6-7)

Pedro, após lembrar seus leitores de que Deus se opõe aos soberbos, mas concede graça aos humildes (1 Pedro 5.5), agora diz o que é ser humilde. Humildade é lançar todas a ansiedade de meus ombros sobre Deus.

Não lançar sobre ele minhas preocupações é orgulho. Me apegar a minhas ansiedades é almejar a supremacia que só pertence a Deus.

Quando estou ansioso, estou tentando tomar o trabalho que é de Deus. Eu penso que, ou ele não se importa o suficiente comigo, ou ele não tem o controle da situação. Quando estou ansioso, quando me recuso a lançar minhas preocupações sobre ele, estou dizendo que sei lidar melhor com a situação do que Deus saberia.

Isso é o oposto da humildade. É o oposto da confiança. Por isso é pecado. E isso traz consequências (em um sentido similar a Romanos 1, desprezando o conhecimento de Deus, e por isso podem haver manifestações físicas e comportamentais que o mundo descreve em termos estritamente naturais, atribuir a causas estritamente naturais e então oferece abordagens estritamente naturais para a cura).

Há algum tipo certo de ansiedade?
Então toda ansiedade é sempre pecado? Eu penso que não, em um certo sentido. Paulo fala da preocupação que ele tem pelas igrejas (2 Coríntios 11.28) e em outras passagens ele fala das ansiedades que uma pessoa casada sempre sente em relação a agradar seu cônjuge (1 Coríntios 7.33-34). E ele faz um contraste disso com a ansiedade que se deveria sentir idealmente em agradar ao Senhor (1 Coríntios 7.32).

Então uma certa forma de ansiedade não é pecado. Mas a ansiedade que é livre de pecado não o é por alguma desculpa mental ou física, mas sim porque a natureza dessa ansiedade é diferente. É mais uma espécie de zelo ou anseio do que preocupação. É a expressão do quão preocupado alguém está com sua necessidade de andar segundo os princípios de Deus em sua vida.

Quão distante isso está da ansiedade que eu sinto normalmente!

A única ansiedade desculpável, me parece, é a que está ativamente ‘buscando primeiramente o reino de Deus e a sua justiça’ com uma disposição de confiança no coração, crendo que ‘todas essas coisas serão acrescentadas’ da forma que Deus quiser, quando ele quiser (Mateus 6.33). Quem dera eu tivesse mais dessa ansiedade.

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