“Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas;
justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção,
pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,
sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus,
a
quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para
manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado
impunes os pecados anteriormente cometidos;
tendo
em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele
mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.”
(Rom 3.21 a 26)
A
justiça prometida por Deus para a justificação de pecadores, e que
passou a se manifestar na dispensação da graça, à qual Paulo chama de
tempo presente, com a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo a este mundo
para morrer na cruz, foi profetizada nas Escrituras do Velho Testamento,
porque Paulo diz que ela foi testemunhada pela Lei e pelos profetas,
modo comum de se designar as Escrituras no passado.
Esta
justiça de Deus prometida seria manifestada sem lei, conforme dizer do
apóstolo, isto é, ela não consistiria num novo conjunto de leis para
serem observadas pelo povo da nova aliança, conforme havia se dado com
Israel desde os dias de Moisés, mas num ato de justiça que seria
cumprido por Cristo morrendo no lugar do pecador, carregando sobre Si
todos os pecados deles, para que pudessem ser perdoados e justificados
por Deus.
E isto seria feito também por um ato de pura graça para qualquer um que creia, sem qualquer distinção de pessoas.
Então
erram com o alvo da vontade de Deus quanto à salvação, todos aqueles
que procuram ser justificados por meio da observância da obras da Lei,
uma vez que a justiça prometida está sendo oferecida gratuitamente para a
nossa salvação, não por praticarmos as obras da Lei, mas por causa da
fé em Cristo.
Deus
deliberou que seria na dispensação da graça, misericordioso para com as
nossas transgressões e não lembraria dos nossos pecados (Hb 8.12,
10.17), porque poderia nos perdoar completamente uma vez que castigaria o
Seu próprio filho unigênito no lugar daqueles que viriam a crer nEle.
Estes que creem, e somente eles, podem receber o dom precioso da justiça divina, porque não serão apenas perdoados, mas completamente santificados.
Não seria justo perdoar um malfeitor para que ele continuasse na prática da injustiça.
Por
isso, os que são justificados por Deus, recebem esta maravilhosa
bênção, porque passarão a ser justos, se inteirando da causa da justiça e
servindo à justiça.
Por isso necessitam de Cristo, porque não podem viver e praticar isto sem o poder e a vida de Cristo operando neles.
Cristo
é portanto a justiça do crente, para que o crente se torne justiça de
Deus, porque Jesus se fez, ao morrer na cruz, maldição e pecado por nós.
Ele se fez a Si mesmo, maldito, para que pudéssemos ser feitos santos (Gal 3.13).
Ele se fez pecado, para que fôssemos feitos santos e justos. (2 Cor 5.21)
Ele
se tornou assim a nossa propiciação, porque a justiça perfeita de Deus
deveria ser satisfeita quanto ao nosso pecado, porque a justiça demanda a
morte espiritual e eterna do pecador, ou seja, ficar separado para
sempre de Deus e sujeito à uma condenação de tormentos eternos.
Então, somente o sacrifício de Jesus poderia satisfazer à justiça divina, porque nenhum outro possuía tão profundo e infinito valor e dignidade para morrer no lugar de muitos.
E
como o crente é reconciliado com Deus, tendo paz com Ele, por causa da
redenção que há no sangue do sacrifício do Senhor por nós, então se
afirma nas Escrituras que a justiça e a paz se reconciliaram, porque é
somente por meio da justiça de Deus que nos é oferecida gratuitamente em
Cristo, que podemos ter paz com Ele para sempre.
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