“QUALQUER
QUE É nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e
não pode pecar, porque é nascido de Deus” (1 Jo 3.9).
“Comete pecado”, (grego hamartano) é
um infinitivo presente e ativo, que subentende ação contínua. João enfatiza que
quem realmente nasceu de Deus não pode continuar a viver pecando
conscientemente, porque a vida de Deus não pode permanecer em quem vive na
prática do pecado (cf. 1 Jo 1.5-7; 2.3-11, 15-17, 24-29; 3.6-24;
4.7,8,20).
(1) O novo nascimento resulta em vida espiritual, a qual leva a um
relacionamento sempre presente com Deus.
Nesta epístola, cada vez que João fala de novo
nascimento, emprega o tempo pretérito perfeito em grego, para enfatizar o
relacionamento contínuo e ininterrupto iniciado pelo novo nascimento (1 Jo
2.29; 3.9; 4.7; 5.1,4,18).
(2) É impossível, espiritualmente, alguém ter em si a vida divina (i.
é., ser nascido de Deus), e viver de modo pecaminoso.
Às vezes o cristão se afasta do alto padrão divino
para a nova vida espiritual, mas ele não continuará em pecado conhecido (vv. 6,
10).
A “semente” é a própria vida, natureza e Espírito de Deus habitando no cristão (5.11,12; Jo 1.1; 15.4; 2 Pe 1.4).
(4) Pela fé (5.4), pela presença de Cristo em nós, pelo poder das Santas Escrituras
Todo cristão pode viver a cada momento livre de delitos e pecados contra Deus.
(5) Filhos de Deus... Filhos do Diabo (3.10)
Este é o âmago e a conclusão dos ensinos de João em 2.28 – 3.10. Ele acabou de advertir o cristão no sentido de não se enganar quanto à natureza da salvação (v.7).
Consequentemente, deve rejeitar qualquer teologia ou doutrina afirmando que a pessoa pode estar fora da comunhão com Deus (1.3), continuar a pecar, fazer as obras do diabo (v.8), amar o mundo (2.15), lesar o próximo (vv.14-18), e ainda ser filho de Deus, salvo, a caminho do céu.
(6) Contrariamente a esse falso ensino, João cria claramente que quem continua na prática de pecado conhecido “é do diabo” (v.8), e “não é de Deus” (v.10)
Quem habitualmente pratica o pecado, e afirma que tem a vida eterna e que é filho de Deus, está enganado e “é mentiroso” (2.4). Além disso, o que caracteriza um verdadeiro filho de Deus é o amor a Deus, manifesto na guarda de seus mandamentos (5.2) e na solicitude sincera pelas necessidades espirituais e físicas doutros crentes (vv.16, 17).
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