Quando vivemos de modo realista e reflexivo,
chegamos a lugares onde sentimos que não vamos aguentar. Pode parecer que não,
mas esses são os lugares mais saudáveis da vida. Mas são também os mais
difíceis.
Quando chegamos ao limite, quando a dor
parece insuportável, quando algo inacreditável ocorre, as dúvidas chegam
inesperadamente. Não as negue; reconheça-as. Os momentos de dúvidas são uma
escola. Conforme tentamos compreendê-las, um novo tipo de fé é forjado. Essa fé
vem com vagar e é saudável. Ela é modelada na bigorna do plano misterioso de
Deus e parte dele nunca seremos capazes de explicar. Mas tudo bem.
A verdadeira pergunta é como. Como fazemos esse novo tipo de fé crescer
na dificuldade da dúvida?
"Primeiro, correndo risco e fracassando, nem sempre de uma
forma segura".
Não dá para viver uma vida de medo. Nem
sempre conseguimos viver em segurança.
Vencer as dúvidas significa começar a viver
pela fé e não pelo que vemos. Essa nova jornada tem seus riscos. Não
conseguimos ver o que há além de cada curva ou prever cada perigo. Algumas
vezes fracassamos, mas isso não é fatal! É a maneira pela qual crescemos,
confiando em Deus nos riscos e nos fracassos. Vá em frente. Recuse-se a viver
em segurança.
"Segundo, continuamos crescendo quando abrimos mão ou perdemos
coisas valiosas e não encontrando segurança no que é temporal".
No cerne dessa técnica está o princípio de
não se apegar a nada.
Eu e Cynthia conhecemos um casal que chega
mais próximo do ideal de pais que já conhecemos. Todo Natal recebemos um cartão
deles. Durante anos eles foram o modelo de família para nós. Contudo, certo
dia, encontraram-se à beira de um terrível abismo. Sua preciosa filha deu entrada
num hospital psiquiátrico depois de tentar o suicídio por causa de distúrbio de
alimentação.
Nossos queridos amigos chegaram ao fundo do
poço. Eles não estavam sorrindo e citando versos da Bíblia. Eles não ficavam
sorrindo para a vida, repetindo clichês cansativos como: "Apesar de tudo,
Deus é maravilhoso, Ele é bom". Não, eles quase se afogaram em suas
dúvidas. Choraram amargamente. Questionaram tudo no qual creram.
Eles continuavam sendo pessoas de fé enquanto
estavam perdidos na escuridão? Claro que sim.
Com a graça de Deus, com o tempo, eles
liberaram essas dúvidas depois de enfrentá-las com sinceridade e se recusaram a
buscar segurança no que é temporal. Hoje, olhando para trás, estão convencidos
de que aqueles dias solitários provaram ser os melhores dias da sua vida. Hoje
a trajetória deles com Deus é muito mais madura do que antes.
"Terceiro, continuamos a crescer questionando e investigando as
incertezas, sem nos agarrarmos impensadamente ao que é ortodoxo".
Leia isso mais uma vez, em voz alta. Não dá
para engolir as respostas de alguém de modo cego. Mantemos a nossa mente e o
nosso coração na busca da verdade de Deus. Procurando nas Escrituras, buscando
a sabedoria e o entendimento de Deus. É isso o que quero dizer com questionar e
investigar.
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