Versículo Do Dia

"Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!" Efésios 3:20-21

O QUE É UMA PROFECIA?


Profecia no AT, um oráculo profético ou mensagem a ser transmitida ao povo era entendida como um “peso” (em hebraico massa) sobre a alma do profeta até que ele pudesse pronunciá-lo (Pv 30.1 e 31.1; conferir Is 13.1; Hc 1.1; Zc 9.1 etc.). Também foi usada a palavra nebu’a, relacionada com nabi’, “profeta” (2 Cr 9.29; 15.8; Ed 6.14; Ne 6.7). O termo do NT é a palavra grega propheteia, que pode referir-se a uma atividade profética ou a “profetizar” (Ap 11.6), ao dom de profecia ou a profetizar (Rm 12.6; 1Co 12.10; 13.3,8,9; 14.1-6 etc.), e a declarações proféticas (Mt 13.14; 1Ts 5.20; 1Tm 1.18 etc.).
FUNÇÕES DA PROFECIA
1.     PRENUNCIAR. Os profetas foram os primeiros de todos os prenunciadores e porta-vozes de Deus. Abraão, quando recebeu e anunciou a aliança que Deus havia feito com ele a respeito de sua semente, foi um profeta (Gn 12.1-3; 15.1; 22.15ss.). Moisés, o maior de todos os profetas deveria receber a Palavra diretamente de Deus e transmiti-la a Arão, que era seu porta-voz (Ex. 7.1-2). Como Moisés deveria ser o “deus” do Faraó, o ministério de Arão demonstra perfeitamente o ministério do porta-voz. Todos aqueles que agem na função de proclamar a Palavra de Deus são seus porta-vozes. É nesse sentido que o crente do NT pode profetizar, quando está diretamente habilitado pelo Espírito Santo.
Segundo a designação do NT de Lei e Profetas (Mt 11.13; 22.40; Lc 16.16), os escritores de todos os livros subseqüentes ao Pentateuco são classificados como “profetas”. Eles foram profetas no sentido de que recontaram a história, manifestaram a glória de Deus através de louvores e cânticos, revelaram a sua sabedoria e transmitiram suas advertências sobre o julgamento e as promessas de restauração, tudo isso como inspirados porta-vozes de Deus.
2.     PROFETIZAR. Embora nem todos os fizessem, muitos profetas previam o futuro. Abraão, como o primeiro homem a receber o nome de profeta, era ao mesmo tempo um prenunciador e um pressagiador. Ele transmitiu a Isaque e seus descendentes a profecia sobre Israel, que revelava a promessa da primeira vinda de Cristo como sua semente (cf. Gl. 3.8,16), e também a instalação de um reino. Embora os detalhes da aliança de Abraão fossem escassos e ainda pouco distintos, eles formaram a estrutura à qual a aliança de Moisés acrescentou a revelação da apostasia e a rejeição de Israel, seguidos por seu arrependimento, regeneração e restauração da terra prometida (Dt 27.12-30.20). A certeza dessa restauração foi atestada pelo compromisso pessoal assumido por Deus (Jr 31.27-37; 32.27, 36-44; 33.2-26; cf. Hb 6.17, 18; 8.8-13).

Ela também foi revelada através de Davi, o rei-profeta, na aliança pela qual a sua “casa” ou dinastia duraria para sempre (2Sm 7.16). Portanto, um Davi maior, igual e Cristo, iria reinar nesse reino restaurado (Jr 33.15-17; Ez 34.23,24; 37.24-28).
Ao mesmo tempo, uma outra e ainda maior linha vital de profecias já havia sido revelada depois do pecado de Adão e Eva que a semente de Eva iria destruir Satanás. “Esta [semente] te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. Portanto, a semente mencionada na aliança de Abraão já havia sido revelada a Adão. Dessa forma, Gênesis 3.15 e 22.18 apontam para a cruz.
Através do AT foram desenvolvidas três linhas ou rumos para a profecia.
Uma linha relativa ao Messias sofredor que se sacrificaria, e à primeira vinda do Senhor Jesus Cristo (Gn 3.15; 22.18; cf. Gl 3.8, 16; Gn 49.10, 11; Is 7.14; 9.6; 53; Salmos 16; 22; 69).
Uma segunda linha relativa ao reinado do Messias e à segunda vinda de Cristo como havia sido prometido em 2Samuel 7 e delineado em grandes passagens como Isaías 11; 66; Oséias 1.10, 11; Amós 9.11; Zacarias 12.14. Os profetas explicam em detalhes tanto a segunda vinda do Senhor como as condições de paz e prosperidade que acompanharão seu reinado (Is 66.15; Zc 12.14).
Uma terceira linha faz o entrelaçamento das profecias da primeira e da segunda vinda de Cristo. Ela está relacionada a certos acontecimentos históricos que não estão ligados à primeira nem à segunda vinda, mas que são profecias sobre eventos históricos particulares, expressas com a finalidade de fortalecer o povo de Deus em momentos de grande tribulação e sofrimento. Elas desenharam, previamente, certos acontecimentos da história secular. Seus exemplos são a revelação do tempo que Israel passou sob a opressão do Egito, isto é, 400 anos (Gn 15.13; cf. Ex 12.40; Gl 3.17) e 70 anos de cativeiro na Babilônia (Jr 25.11,12; cf. Dn 9.2), e a delineação dos acontecimentos entre os dias de Daniel e a época de Antíoco Epifânio (Dn 11.1-21).

3.     ENSINOS ÉTICOS E SOCIAIS. Esse detalhe do ministério dos profetas tem sido muitas vezes ignorado nos estudos dos especialistas evangélicos. A primeira tentativa de Moisés para ajudar seus irmãos foi realizada na esfera social (Ex 2.11). Mais tarde, ele foi guiado por Deus para estabelecer os grandes princípios teocráticos da justiça social e econômica encontrados especialmente em Exodo e Deuteronomio. Amós foi profeta do AT que afirmou particularmente sua função ao revelar as injustiças sociais existentes no Reino do Norte. Oséias reflete esse mesmo ensino, assim como Isaías. O nosso Senhor cumpriu esta responsabilidade, especialmente no Sermão da Montanha e em algumas de suas parábolas.

4.     INFLUÊNCIA POLÍTICA. Esse aspecto também é muitas vezes negligenciado. Moisés recebeu a incumbência de exigir a libertação de Israel junto ao Faraó (Ex 6.11; 9.13). Natã devia comparecer perante Davi (2Sm 12). Isaías confrontou o rei Acaz e aconselhou Ezequias (Is 7.37). Em diferentes oportunidades, Jeremias recebeu ordens de comparecer perante o rei (Jr 21.1; 34.2; 37.7). Daniel compareceu perante Nabucodonosor e Belsazar (Dn 2.19, 25; 5.17). A mensagem de Amós chegou ao rei através de um de seus ministros (Am 5.15-17).

5.     MENSAGEM SOTERIOLÓGICA. O ministério mais importante desempenhado por um profeta era a transmissão da mensagem da salvação. Neste particular, cada ministro do evangelho segue os passos dos profetas. Os profetas constantemente advertiam o povo sobre seus pecados, e insistiam para que se arrependessem. Encontramos esses exemplos em Josué exigindo que Israel escolhesse a quem iria servir (Js 24.15). Moisés ministrou bênçãos e maldições, seguidas de um pedido de arrependimento – que só será finalmente cumprido quando Deus dirigir o povo ao arrependimento na segunda vinda de Cristo (Dt 28.1). Jonas exigiu que Nínive se arrependesse dentro de 40 dias (Jo 3.4). Esdras orou por aqueles que haviam retornado do exílio, para que confessassem seus pecados e abandonassem as esposas estrangeiras (Ed 9.5-10.11). E João Batista exortou Israel a preparar um caminho em seu coração para a vinda de seu Rei. (Lc 3.4-6)


Meios de Comunicação

1.     Proclamação direta. O profeta proclamava, em linguagem direta e simples, a mensagem que Deus lhe havia dado (Jo 3.4). ela era comunicada “boca a boca”, como no caso de Moisés (Nm 12.8, embora somente ele tivesse permissão para falar face a face com Deus), ou através de uma visão ou sonho (Jr 1.11ss). Mas a mensagem sempre lhes era concedida através de uma inspiração divina direta, para que os profetas continuassem a escrever “Assim diz o Senhor”.

2.     Linguagem figurada. Como regra geral, as profecias do AT são claras e diretas, embora algumas certamente sejam propositadamente figuradas. As principais razões seriam: (a) Para transmitir de modo mais efetivo e expressivo algum fato ou verdade (cf. Is 66.12,13; Amós 9.13), e (b) para revelar o conhecimento de eventos futuros, de tal forma que não pudesse ser imaginado pelo descrente, por um lado, e, por outro, para que só pudesse ser entendido pelo crente depois de um estudo cuidadoso. Deus não lança suas pérolas aos porcos.
Entretanto, geralmente as figuras de retórica são prontamente entendidas quando examinadas sob o contexto da cultura do AT. Por exemplo, quando Isaías diz: “Preparai o caminho do Senhor; endireitai, no ermo, veredas a nosso Deus” (Is 40.3-5), a imagem metafórica é a de preparar o caminho para a chegada de um rei. A voz que clama no deserto é a de João Batista quando pregou o arrependimento preparatório para a vinda do Messias (Lc 3.1-18). Quando Isaías fala sobre um nascimento diferente da forma peculiar, e pergunta como uma nação pode nascer da terra em um só dia (Is 66.8), podemos facilmente reconhecer esse quadro como o mesmo que foi transmitido em Zacarias 12-14, onde toda a nação arrepende-se na segunda vinda de Cristo.
3.     Apresentação dramática. Às vezes, o Senhor dirige o profeta a dramatizar a mensagem. Jeremias devia fazer jugos e pendurá-los ao pescoço (Jr 27.2). Ezequiel devia gravar em um tijolo o desenho da cidade como estando cercada (Ez 4.1ss.). o profeta também devia raspar a cabeça e a barba, e queimar um terço do seu cabelo no meio da cidade; a segunda parte do cabelo devia ser ferida com uma espada e a terceira parte devia ser lançada ao vento etc, para ilustrar a condenação de Jerusalém que estava prestes a manifestar-se (Ez 5.1-12). Deus mandou que Oséias se casasse com uma mulher prostituta para libertá-la da escravidão, como uma figura de seu imortal amor por Israel. (Os 1.2; 3.1).

O DESENVOLVIMENTO DA PROFECIA

Na Bíblia Sagrada, a profecia inicia-se através de declaração feita no proto-evangelho em Gênesis 3.15, e ela pertence à primeira linha profética que anuncia a primeira vinda de Cristo como o Messias sofredor e sacrificial. A segunda linha profética, sobre o governo e reinado de Cristo, aparece intimamente ligada a essa primeira linha na aliança de Abraão, de forma que a princípio ambas são quase indistintas.
A terceira linha, isto é, a das profecias que predizem acontecimentos históricos e necessários para fortalecer a fé do crente naqueles dias sombrios e difíceis, aparece primeiro em Gênesis 15.13 com o anúncio de que Israel permanecerá 400 anos no Egito.
Embora Abraão fosse um profeta, foi Moisés que mais plenamente exemplificou todos os ministérios de um profeta do AT. Moisés estava tão acima dos demais profetas, tanto no caráter como na administração, que Deus de certa forma o comparou (guardadas as proporções óbvias) ao Senhor Jesus Cristo (Dt 18.18). em contraste, o autor do NT o compara a Cristo classificando-o como o menor em relação ao maior (Hb 3.1-6). Na época dos juízes, havia uma esporádica liderança política e militar que, na realidade, era escassamente espiritual. Naqueles dias, a Palavra do Senhor era rara e as visões pouco freqüentes (1Sm 3.1), e isso continuou durante todos os dias de Samuel.
Parece que esse profeta deu início a uma escola de profetas que desapareceu, para reviver novamente através de Elias e Eliseu (2Rs 2.3), durante um período de apostasia e idolatria no Reino do Norte (1Rs 18.18). Era de se esperar que grandes lideres espirituais como Samuel e Elias conseguissem atrair para si um certo número de homens jovens ansiosos por seguir seus passos.
Ainda restam dois movimentos proféticos a seres descritos: (a) o de Amós e Oséias, que tinha a finalidade de advertir o reino do Norte sobre seus pecados e o cativeiro que estava próximo, e (b) o de Isaías, Jeremias, etc, que visava advertir o reino de Judá sobre seus pecados, castigos e sobre o exílio que se aproximava. Existe uma grande semelhança entre as mensagens proféticas do norte e do sul. Passagens de advertência contra o pecado e ameaças de castigo estão intercaladas com promessas de futura restauração, paz e bênçãos divinas. Como essas passagens foram organizadas e ajustadas para o padrão contido na aliança mosaica de Deuteronômio 27–30, delas emerge um quadro maravilhoso sobre o futuro prometido a Israel e o reino do milênio, do qual todos os crentes serão participantes. As promessas do reino acrescentam detalhes às revelações contidas nas alianças.
Entretanto, é Daniel que fornece o mais extenso espectro profético da história. Ele começa interpretando o sonho de Nabucodonosor sobre a grande estátua humana (Dn 2) e, mais tarde, as visões do leão, do urso, do leopardo, e da terrível besta que tem dez chifres e que “fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava” (Dn 7.1-7). Essas visões revelam a história daquelas grandes nações que iriam afetar a história de Israel até a segunda vinda de Cristo. Daniel termina prevendo a abominação e a desolação da Grande Tribulação, e a ressurreição dos santos do Deus altíssimo (Dn 9.27; 12.1-2).
No NT, Cristo representa a concretização da profecia como o Messias sofredor que se sacrifica, e também como profeta em seu pleno direito (Mt 21.19; Lc 24.19; Jo 4.19; 7.40). O Senhor Jesus anuncia que o reino de Deus está as portas, e fala de sua dinâmica existência durante a Era da Igreja nos corações daqueles que o aceitam como seu Salvador (Lc 17.21). ele anuncia que o reino de Deus tornou-se uma realidade viva em sua primeira vinda, mas que o pleno desenvolvimento deverá aguardar seu retorno do céu para assumir o governo (Mt 22.33-44; cf. Dn 2.35, 43, 44; 7.9-14).
Cristo coloca as mãos diretamente sobre a profecia de Daniel da “abominação da desolação”, identificando-a com o sinal que irá imediatamente preceder a Grande Tribulação (Mt 24.15), dispensando assim toda especulação sobre o ponto terminal das profecias de Daniel em Daniel 2; 7; 9; 11 – 12. Uma vez que esse ponto tenha sido estabelecido, a terrível besta de Daniel 7 e a sua contra-partida em Apocalipse 13 e 17 podem ser reconhecidas como idênticas. Dessa forma, o Senhor Jesus Cristo deu a chave para a compreensão da profecia de Daniel e, através da interpretação desta profecia, é possível compreender a profecia do livro de Apocalipse. Portanto, a ultima besta descrita em Daniel será o reino presente na época da segunda vinda de Cristo.


Métodos de Interpretação

1.     VISÃO ORTODOXA. A interpretação daquela linha profética relacionada com a primeira vinda de Cristo recebeu a concordância de todos os teólogos ortodoxos. Eles também concordam que Cristo irá retornar. Entretanto, existem muitas controvérsias cercando os detalhes de sua segunda vinda e, especialmente, sobre o assunto do reino.
De maneira bem simples, o problema é o seguinte: será que as profecias sobre o reino e o segundo advento de Cristo podem ser aceitas e entendidas da mesma forma literal como aquelas profecias que previram a sua primeira vinda? Certas profecias do AT, por exemplo, predizem a apresentação do sacrifício de animais no Templo (Ez 43–46; Zc 14.21). Em vista dos problemas teológicos levantados por sacrifícios sangrentos, subseqüentes à morte suficientemente expiatória de Cristo, alguns acreditam que essas e outras profecias relativas ao reino terrestre devam ser espiritualizadas. Elas seriam aplicadas à apresentação do evangelho na presente Era da Igreja, ou ao futuro o eterno estado em alguns sentido espiritualizado. Mas seria permissível abandonar o método normal de interpretação gramático-histórica?
A linha profética que trata do segundo advento de Cristo é interpretada de três maneiras diferentes: (1) Os pós-milenialistas consideram que as promessas do reino sobre os mil anos, feitas em Apocalipse 20, estão se referindo a uma idade áurea que será anunciada como resultado da pregação do evangelho, que ocorrerá antes da segunda vinda. (2) Os amilenialistas identificam as promessas dos mil anos (Ap 20) com a progressão da evangelização através da Igreja (OT. Allis, Prophecy and the Church), com o estado intermediário dos redimidos enquanto aguardam o fim do mundo, quando Cristo retornará para ressuscitar os mortos e julgar seus inimigos, ou com a época do novo céu e da nova terra (Herman Ridderbos, The Coming of the Kingdom). Eles não prevêem nenhum reino para Israel e para o crente na terra, como existe agora. (3) Os pré-milenialistas observam a identificação de Mateus 24.15 com a abominação da desolação em Daniel, e a besta de Daniel 7.7,8 com aquela de Apocalipse 13 e 17, e identificam o início do Milênio, em Apocalipse 20, com Daniel 12.2,3,13. Eles consideram o reino como tendo começado na terra com o segundo advento de Cristo e com a duração de mil anos, de acordo com a profecia de Apocalipse 20.4-7 e com a sucessão do novo céu e da nova terra em Apocalipse 21.1–22.5.
Embora esse artigo não pretenda discutir os méritos dos argumentos de cada uma dessas opiniões,a visão pré-milenialista tem a grande vantagem de poder ser aplicada ao mesmo método de interpretação das três linhas proféticas mencionadas acima. Além disso, ela baseia-se em uma teologia plenamente desenvolvida das alianças mosaica e davídica, e acrescenta os detalhes da verdade escatológica revelada de Isaías a Malaquias (A. J. McClain, The Greatness of the Kingdom). Essa visão aceita a opinião expressa pelos discípulos de Jesus, e não corrigida por Ele, de que Deus, no final, restaurará o reino a Israel (At 1.6).
A visão pré-milenialista estende a graça de Deus ao limite máximo  de todas as visões anteriormente mencionadas, no sentido de permitir mil anos para o homem arrepender-se, com o próprio Salvador reinando sobre a terra. Além disso, ela prova a plenitude do pecado no sentido de que mesmo com Cristo aqui sobre a terra, e a prisão de Satanás, o homem ainda se recusa a aceitar a soberana graça de Deus (Ap 20).
2.     VISÃO NEO-ORTODOXA. Dentre as várias outras visões que poderiam ser consideradas, a mais importante para a nossa época é a visão neo-ortodoxa. Ela ensina que toda escatologia refere-se à supra-história – isto é, ao chamado “eterno-agora” do céu no qual existe um Deus atemporal e ilimitado – e não aos futuros acontecimentos sobre a terra. Ao morrer, o homem entra nessa esfera transcendental de contemporaneidade onde estão presentes o passado e o futuro, de maneira que eles formam um único e homogêneo “agora”.
Essa visão deve ser rejeitada pelos evangélicos porque faz parte de uma filosofia da revelação que nega a possibilidade de uma comunhão direta entre Deus e o homem, e elimina toda a possibilidade de uma revelação proposicional, isto é, de Deus falar diretamente com o homem e de uma verdadeira inspiração verbal.

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