Vale a nossa força ou a fé?

Tudo o que desejamos alcançar em nossa vida espiritual só será alcançado se estivermos na presença de Deus. Não há como pensar que conquistaremos algo usando somente as nossas próprias forças, como se fôssemos meros trabalhadores em uma empresa e que, dependendo do nosso desempenho, conseguiremos aumento de salário. Claro que na vida cristã o nosso esforço conta, porém não é só isso.

Penso na multidão de pessoas que vivem uma vida de miséria espiritual, recebendo gotas de bênçãos e de unção (ou apenas sentem o cheiro da chuva sem poder se molhar nela). Oh, como é doloroso ver que elas passam por isso devido à falta de conhecimento da Palavra, tanto delas, quanto de seus líderes. Quando me converti fiquei tão animado com a vida cristã e com todo o mundo espiritual que estava disponível para mim que entrei de cabeça em busca de experimentar o sobrenatural. Sem conhecimento da Palavra e no meio de pessoas que também não a conheciam, eu passei por momentos terríveis de angústia quando

 via o tempo passar e nada acontecer comigo.
Especificamente, eu buscava o batismo com o Espírito Santo, pois até aquele momento eu apenas achava “lindo” tudo aquilo. Não sabia para que servia. Na minha mente não pouco criativa, eu achava que um dos benefícios é que eu iria parar de pecar. Ao mesmo tempo, achava que para receber eu teria que ser santo.
Os dias passaram, os meses passaram… Dois anos se passaram, e nada! Pedia ajuda às pessoas mais “experientes” para me ensinar como ser batizado. A maioria me dizia coisas do tipo “tem que glorificar a Deus na hora do louvor” ou “diga ‘glória a Deus, aleluia!” Me diziam para jejuar, orar, ir ao monte, me consagrar. Eu fiz quase tudo isso… Mas nada acontecia!
O fato é que aos poucos eu fui percebendo as falhas desses conselhos e na ideia que eu tinha sobre o assunto. Fui notando que havia pessoas batizadas, mas que ainda cometiam pecados. Notei que havia aqueles que eram batizados sem ao menos saber o que era aquilo. Outros que recebiam sem fazer nada do que as pessoas me aconselhavam a fazer. Aí começou a pior parte do meu sofrimento: comecei a pensar que o problema era eu. Ficava chateado com Deus porque não conseguia entender o motivo de ter meu pedido negado.

Então, somente dois anos depois é que descobri que eu já tinha recebido o batismo. Lembrei-me de uma experiência que tive nos meus primeiros dias de conversão durante um culto. Nem mesmo as pessoas para quem eu contava essa experiência conseguiam relacioná-las com o batismo. Como padeci por falta de conhecimento! Hoje vejo à minha volta muitas pessoas que por não conhecerem a Palavra de Deus, vivem de migalhas que caem da mesa do Senhor, enquanto que poderiam estar sentadas à mesa do Rei. Não só em relação ao batismo com o Espírito Santo (que é apenas a porta de entrada para uma vida de poder), mas em relação à cura divina, ao recebimento de dons, ao combate ao pecado, ao exercício da fé, e tudo o mais que envolve a vida espiritual.
Me dói muito ver pessoas querendo lutar sozinhas, fazendo seus rituais para alcançarem uma vida plena com Deus. Às vezes fico também irado ao ouvir e ver as pessoas ensinando aos novos convertidos que eles “têm que abandonar o pecado”. É claro que sim. Porém, não é simplesmente uma questão de fazer isso através de sacrifícios. Mas o que aprendi é que nesse caso, é somente vivendo uma vida na presença de Deus com oração, leitura da Palavra e adoração é que conseguiremos. Jesus mesmo disse:

Vinde a mim todos vós que estais cansados e abatidos e EU vos aliviarei (Mt 11:28).

E Deus, no AT:

Olhai para MIM e sereis salvos (Is 45:22).

Portanto, não é por nossos atos que conseguiremos alguma coisa. Temos que nos esforçar sim em manter nossa fé em Jesus e em prosseguir adiante independente das circunstâncias. Tudo se resume à fé: em Jesus e Sua soberania, na Palavra de Deus, e nas promessas que são para todos os que se tornaram filhos do Altíssimo através do sangue do Cordeiro.